quarta-feira, 3 de junho de 2009

e'!!

A economia da droga

A repressão mundo a fora da Marcha da Maconha indica algumas coisas. Primeiro: o mundo, obviamente, está mais careta. Careta aqui é menos tolerante. Segundo: o "mundo" decidiu que só há uma maneira de tratar a questão das drogas: porrada!

Na verdade sabemos que o problema da droga já não é mais a droga em si, mas o entorno da droga (desde o viciado que assalta e mata por uma dose de crac, passando pelas disputas de territórios até o tráfico de armas, de influência e, principalmente, da gigantesca indústria da corrupção. A fetichização da droga por sua proibição é a questão principal: libera-se toda e qualquer droga e seu preço de “mercado” despencara desestimulando a produção. Se alguém aventa a idéia que isto seria um incentivo a drogação geral, então, das duas, uma: ou pensa muito mal das ou sobre as pessoas. Afinal são “todas reprimidas” e somente por repreensão não se atiram as ditas. Ou seja é um maniqueísmo trouxa (como se todo maniqueísmo não o fosse). Ou as pessoas e ,conseqüentemente, o mundo estão muito doentes. Portanto, precisando se drogar![1] Mas nem pela liberação e nem pela “doença” os índices de drogados verdadeiramente viciados, legais e ilegais, mudariam:eles oscilam, em geral[2], 8% e 13% (álcool e coca) dependo do país (só o tabaco aumentou de consumo em países que não produziram uma política anti fumo -tipo a Índia). Fora os índices de Adição de toda sorte.

Assim os índices de drogados permaneceriam constantes e outros, tipo assaltos e mortes, poderiam diminuir. Mais: se os governos não taxassem de sobre modo estes “produtos” venderiam as ditas revertendo os valores aferidos ao tratamento daqueles cujo uso tornou-se problemático (sabemos que nem todos[3] que usam drogas têm problemas ,exceto, claro, com a polícia) e acabariam com a nefasta figura do traficante e todo “esquemão” que corrói o sistema policial/judiciário (isto sim droga pesadíssima!). Além disto, a desoneração dos custos com o aparato repreensivo poderiam ser descoladas para áreas mais produtivas como saúde e educação. Mais, acaba-se com uma hipocrisia: Drogas são drogas ilegais ou não! Terceiro e mais preocupante: o livre expressar-se (pelo mundo afora) está altamente comprometido e, pior, parece que ninguém está se importando com isto. Eis o sintoma: estamos dopados! E me parece que por uma droga bem pior: A alienação!



[1] O que não é de todo implausível: a “produção de mundo” que ora impera é responsável pelo processo de exclusão e suas decorrências

[2] Dados retirados de sites sobre o assunto. Em geral são mais estimativas do que aferição por pesquisa.

[3] Nem cabe aqui a distinção de “usuário saudável” ou não! Nem o que se configura como doença. Ainda que a “Adição” possa ser, de fato, a grande vilã!